[Drops 04] Cigarros e mísseis sustentáveis? Como assim?


"NATURAL TEM UM SABOR MELHOR"
Nós plantamos o nosso tabaco natural premium de uma maneira responsável e sustentável através dos nossos programas de crescimento orgânicos e amigos do ambiente. Nós também nos esforçamos para reduzir o nosso impacto na terra utilizando materiais reciclados e fontes de energia renováveis como a energia eólica. Proteger a Terra é tão importante para nós como é para você. Experimente você mesmo o sabor verdadeiro e autêntico de um tabaco natural e 100% livre de aditivos. Nós achamos que você vai concordar, natural tem um sabor melhor.
 Foto original de: ATIS547. Disponível em: www.flickr.com/photos/albaum/2307102594/. Attribution-NonCommercial-ShareAlike 2.0 Generic (CC BY-NC-SA 2.0). Acesso em: 20 Mar. 09.

Quando li que uma linha de cigarros sustentáveis e socialmente responsáveis havia sido lançada nos EUA, lembrei de um trecho do já clássico filme The Corporation, de 2004, onde o empresário Ray Anderson faz a seguinte provocação: “Podemos fabricar minas terrestres de forma sustentável?”.

Se a pergunta parece estranha, basta pesquisar os sites e relatórios dos principais fabricantes de armamentos do mundo para constatar que eles agora fabricam bombas, mísseis e aviões de guerra de maneira cada vez mais sustentável.

Não existe uma solução simples para as indústrias de cigarros, de armas e de tantos outros produtos que se constituem verdadeiros desafios para a sustentabilidade. Já ouvi alunos em sala de aula defendendo o fato que é melhor que essas empresas façam alguma coisa do que nada em relação ao tema. Sustentabilidade é para todos, sim.

Para tentar iluminar esta questão: quando esteve no Rio de Janeiro, em 2002, ouvi Fritjof Capra observar que a idade da pedra não terminou porque acabaram as pedras - "as pedras existem até hoje!" - e que, de forma semelhante, o final da idade do petróleo não vai coincidir com o término do petróleo, ela vai acabar antes disso.

Para a indústria petroleira, ele recomendou pensar-se sempre como algo maior: uma indústria de energia. E que ela poderia aproveitar toda a sua experiência acumulada para ajudar o mundo, por exemplo, a desenvolver uma mobilidade mais sustentável. Isso pode servir de inspiração para outras indústrias.

Já que falamos em consumo, lembrei de outro vídeo clássico, A História das Coisas. Annie Leonard e seus parceiros fizeram tanto sucesso na internet [www.storyofstuff.orgque outros vídeos foram produzidos na sequência. No sexto vídeo da série, A História da Mudança, ela explica porque os cidadãos - e não os consumidores - possuem a chave para um mundo melhor.

Clicando no link abaixo, você assiste ao novo vídeo com legendas em português:



E o vídeo da campanha do Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade de Nova York contra o consumo de refrigerantes com açúcar você confere clicando aqui:







Comentários

  1. Já ouvi falar que uma grande indústria automobilística (Não me lembro exatamente qual! Talvez Mercedes ou BMW), iniciou uma campanha de incentivo de transporte solidário. Achei bastante interessante, já que seu "negocio" é vender automóveis e com isso ter lucro. Dessa forma ela será vista como uma empresa que se preocupa com a "superpopulação" de veículos nas ruas.
    Marluci Costa (Eletrobras)

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    Respostas
    1. Oi, Marluci, tudo bem? Foi a Chevrolet que lançou a simpática campanha. Confira em: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL706222-9658,00-CHEVROLET+LANCA+CAMPANHA+DE+ESTIMULO+A+CARONA+NOS+CARROS.html. Obrigado pela dica!

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